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Depois que perdi meus pais (junho de 2000 e outubro de 2000, pai e mãe respectivamente), com 39 anos, comecei realmente a aprender e sentir quem eu sou, a realmente viver sozinha, pois não tinha mais o "porto seguro". Naquela época, foi colocado um fim no ciclo de zona de conforto. Agora havia me tornado orfã, e os desdobramentos psicologicos e legais que vieram após a doença e morte deles, me fez crescer muito.
Ao tomar consciencia da morte, como fase natural da vida, e fim de um ciclo, isso mesmo! Fim de ciclo, apesar dos 39 anos, onde eu tinha tudo! Pois ter mãe e pai é era ter tudo! É ter alguém com quem deixar o filho para ir ao cinema com amigos e irmãos, é ter alguem que pelo telefone, instrui como você pode fritar o frango (naquela época eu era católica e comia carne). Era pensar em como agradar minha mãe porque ela cuidava (e bem!) de meu filho desde que nasceu e ele já tinha 8 anos. Tudo isso acaba, de repente, quando os pais começam a precisar de você. E a situação se inverte. Agradeço aos Deuses por eles terem me proporcionado essa experiência. Muito dolorosa, mas de um aprendizado para toda a vida!
Hoje sei o que é dar valor às pessoas, cuidar delas e da própria saúde. Não as descarto por coisas materiais, dinheiro, exibição de bens! Tudo para mim, é muito claro e simples, sagrado e aprendizado!
Troquei de religião por que a bruxaria apareceu num momento que eu estava simplesmente desesperada, sem sequer um local para chorar. E nesta nova religião, me encontrei. Entendi um pouquinho, sobre perdas, sobre a morte, sobre o renascimento. Sobre a diferença que nós mesmos fazemos em nossa vida. Só um pouquinho, pois precisamos viver muito para sabermos mais.
Hoje tenho uma consciência diferente sobre muitas coisas na vida: e isso veio com a maturidade, com o deixar rolar e o descobrimento de que não podemos controlar quase nada! E a medida que envelhecemos nada mesmo! Até passaremos a usar fraldas! :)
E a parte feliz? É ver meu filho criado e educado! À procura de trabalho e escola como todos os outros. É ver meus sobrinhos, meus outros irmãos constituindo familia, estudando, viajando para o exterior! tudo que minha mãe queria! E minha vó. E talvez minha bisa.
Este ano fiz 50 anos! Descobri que sou igual a todo mundo. Que a vida é curta.
Ser independente e assumir as rédeas da própria vida e deixar aquilo que não podemos controlar, deixar rolar!
E hoje, pensar que estou próxima à aposentadoria,que a vida está se delineando. Logo meu filho não precisará mais de mim e terá sua própria vida. Vou me aposentar, estou saudável, feliz e até sinto-me bonita. Pretendo trabalhar, viajar, agora por prazer, somente.
Foto: Lar Encantado |
Vamos para receita? Aprendi com minha mãe, nos anos 70, quando precisei tomar conta da casa, ela me instruia enquanto ficava de repouso, após vir do hospital. Mas somente nos dias de hoje tenho segurança para fazer, agora sim a receita fica perfeita!
Foto: Lar Encantado |
À parte faça um creme com um ovo, uma xícara de farinha de trigo (a mais fina que conseguir), sal, leite (ou água), noz moscada a gosto. Aqueça uma xícara de óleo de canola, mergulhe as árvorezinhas, gentilmente neste creme e coloque para fritar em óleo quente, não fervente. Frite um lado, depois o outro. Coloque em papel toalha. Repare no meu papel, não está encharcado. As pimentas estão para enfeitar e estão congeladas. Veja como as árvorezinhas se mantêm ;)
8 comentários:
Elaine,
Tenho uma amiga que tinha uma família pequena, pai, mãe e irmão. Quando ela perdeu o último dos três, entrou em depressão. Ela é casada, com filhos, mas a perda deles mexeu demais com ela.
Através de momentos tão fortes, é possível crescer e foi o que aconteceu com você.
Bjs.
ELAINE, ESTOU COM UM PROBLEMÃO... JÁ VOLTO PRA COMENTAR, MINHA AMIGA. FIQUE COM DEUS!!!
Ai que delícia!eu costumo cobrir a couve depois de cozida, com molho branco que eu mesma faço (receita normal),ponho parmezão ralado e gratino no forno.É bom demais!beijinhos e paz.
Sinto pela sua perda em tão pouco tempo um do outro...Aprendemos e crescemos em tantas fases de nossa vida..
Paz e bem
Olá, querida
No dia de hoje, espero encontrá-la assim:
"Aquecida em ternos orvalhos de fina luz". (Mari Bózoli)
Querida, quanta coisa passou pela sua vida e que a amadureceu, certamente!!!
Seu sofrimento foi redentor e tenho certeza de que seu filho foi o seu porto seguro assim como os meus o foram...
Muito lindo o seu post e sincero por demais... isso é bem bacana numa coletiva...
Vou fazer a couve flr amnanhã... gostamos muito por aqui...
E, quando retornar, no próximo mês, esteja perfumada:
" Flores orvalhadas nas manhãs,
banhadas pelo sereno do entardecer,
carregadas de fragrâncias exóticas ou não,pálidas como a neve ou rubras de emoção". (Meliss)
Bjs de paz e boas férias de meio de ano com tudo o que vc se sentir com direito... também estarei de férias até o início do mês com post programado alguns...
Cadê meu comentário!!!
Olá Eliane, estou de volta e graças a Deus minha filha já está bem e eu mais calma. Estava com saudades de visitar as amigas, li seu post sobre a maturidade e me fez recordar dos meus pais, sou filha única, e sei o quanto é duro vc ter que encontrar forças pra cuidar dos pais, cuidei de minha mãe, que sofreu muito e depois de 12 anos do meu pai, e não me arrependo por nada, cuidaria novamente deles com todo carinho, essa maturidade que vc encontrou, eu encontrei tbém a custa de muito sofrimento, tudo é um aprendizado em nossas vidas, e as vezes temos a nós mesmas pra continuar a vida e entender que estamos aqui pra aprender e fazer o bem. Adorei seu post e me emocionei com seu relato. Lindo demais.... A couve flor deve ter ficado deliciosa, gostei muito da receita...beijinhos
Eliane,
não sei o que aconteceu mas pelo visto meu comentário sumiu!
Lembro perfeitamente de ter lido seu texto, e de ter escrito um comentário alusivo! Enfim...
Pra começar gostei muito da confecção que sua mãe lhe ensinou. Tronquinhos de bróculo já fiz, fica uma delicia, mas nunca lembrei de fazer de couve-flôr.
Agora a parte triste... sua maturidade foi arrancada a ferros! Quando acontece episódios de morte de entes queridos sempre crescemos mais do que pensamos! Perdeu seus pais cedo. Até arrepiei só de pensar em me acontecer o mesmo... tenho 39 agora.
Beijinhos e abracinhos,
Rute
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